Taxa de 50% sobre produtos brasileiros preocupa exportadores e comerciantes da fronteira, com reflexos esperados no câmbio, turismo e contrabando.
A decisão dos Estados Unidos de cobrar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto já começou a gerar preocupação em várias partes do país — e em Foz do Iguaçu, a situação também pode complicar.
Com a nova taxa, itens como carne, café, suco de laranja, aço e até aviões da Embraer vão ficar muito mais caros para os americanos comprarem. Isso pode fazer as exportações caírem, o dólar subir e trazer reflexos diretos aqui na fronteira com o Paraguai e a Argentina.
O que pode acontecer na região
Foz do Iguaçu é uma das principais portas de saída de produtos para exportação, com cargas que passam pelo Porto Seco e seguem por rodovias ou portos. Se os EUA comprarem menos, isso pode gerar impacto para empresas que usam a cidade como rota logística, além de afetar o comércio e o turismo.
Veja os possíveis efeitos:
- Exportações em queda: os produtos brasileiros ficam menos competitivos, e empresas podem deixar de usar a rota por Foz.
- Mais contrabando: com o preço das mercadorias subindo, aumenta o risco de mais gente tentando atravessar produtos de forma ilegal pela fronteira com o Paraguai.
- Dólar mais alto: se a moeda americana subir, viajar, importar e até fazer compras no Paraguai pode ficar mais caro.
- Turismo pode sentir: com o aumento de preços e instabilidade no câmbio, o movimento no comércio e nos hotéis da cidade também pode cair.
E agora?
Se nada mudar, o impacto pode ser ainda maior nos próximos meses. A tendência é de que os exportadores procurem outros caminhos e que o papel de Foz como rota de escoamento fique ameaçado.
Além disso, a informalidade na fronteira pode aumentar. Mais gente pode recorrer ao mercado paralelo, o que preocupa as autoridades e comerciantes locais.
“Esse tipo de medida acaba respingando aqui na ponta. A gente sente no comércio, nos hotéis, no movimento das lojas. Qualquer mudança nos preços ou no dólar já afeta a rotina da fronteira”, comentou um empresário da região.
O governo brasileiro estuda dar o troco, com tarifas parecidas para produtos americanos, o que pode aumentar ainda mais a tensão entre os dois países.
Enquanto isso, entidades locais, como associações de comércio e logística, já estão se mobilizando para acompanhar os desdobramentos e pedir apoio ao governo federal.
Fonte: Portal da Cidade